"Às vezes a escuridão e seus fantasmas apenas revelam o bem existente por trás de tudo."
Tuomas Holopainen

terça-feira, 22 de julho de 2014

Diferenças

Antigamente se tinha o padrão da virgindade e do romantismo, etc., e todo aquele (mulher principalmente) que não fosse mais virgem era visto de forma negativa e condenado. Agora não ser mais virgem é o que é normal e pessoas que escolhem ser virgens e aguardar o momento que elas quiserem para ter sua primeira relação sexual ou que escolhem levar a relação sexual, etc., com romantismo são vistos de forma negativa e são condenados.
O mesmo vale para o padrão de aparência. Como pessoas gordas ou apenas que não são bem magras foram e ainda são condenadas, se vê muitas pessoas por aí defendendo essas pessoas criticando negativamente pessoas magras, dizendo coisas do tipo: Quem gosta de osso é cachorro.
E tem muitos exemplos além desses, mas resumindo, a nossa sociedade tem o péssimo costume de tentar tirar um preconceito criando outro no lugar.

E aí o que acontece?

Cria-se uma sociedade que está sempre tentando encaixar as pessoas em padrões e elas acabam defendendo as suas diferenças criticando as diferenças dos outros, e o que se cria é uma sociedade em que sempre alguém é condenado, é anulado.
O mundo vai ser um lugar muito melhor de se viver se as pessoas aprenderem a aceitar as diferenças, aprenderem a ver que cada ser é diferente do outro e tem o direito de ser como quiser e não tem que ser tachado de estranho, de anormal por pensar fora da caixa.

E se você quer defender uma diferença que você vê que está sendo condenada, não use esse padrão de criticar outra diferença pra justificar o valor da sua, pois você não precisa usar isso, ninguém precisa, e usar isso só cria mais e mais preconceito. A crítica que você faz a forma como tratam a sua diferença quando feita na base de menosprezar outra diferença acaba sendo de pouco valor, acaba sendo hipócrita.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Depressão e Autoconhecimento

Desde que desenvolvi depressão, isso mesmo, um problema com o qual muitas pessoas sofrem e ainda são vistas com preconceito sendo tachadas de “fracas” pela nossa sociedade biruta como diz a Ana Maria Saad (uma pessoa muito esclarecida da qual vou falar também), eu aprendi muito sobre mim mesma e sobre o mundo.
Passei por um sofrimento enorme, mas que veio por um grande motivo: Pra me mostrar quem eu sou de verdade, aprender como as coisas realmente são e o quanto os condicionamentos sociais nos afastam de nós mesmos e nos colocam em um círculo vicioso de procura por um falso conceito de felicidade que só nos deixa mais e mais infelizes.
A depressão me “acordou” e me fez ver o quanto eu estava sendo má comigo mesma, o quanto eu estava me anulando como ser.  Eu era um poço de culpa, me culpando por coisas que nem precisava! Fugia dos meus sentimentos dando sentido racional para eles e engoli tristeza tantas vezes que até perdi a conta! Mas a depressão não perdeu a conta e foi o resultado de tudo isso e veio me mostrar que eu precisava “acordar”.

E o que é a depressão?

É um grito de socorro lá do fundo do nosso ser, aquele ser que acaba ficando escondido e apertado no meio de tanto ensinamento errado que vão entulhando na gente desde pequenos.
Vivemos em uma sociedade que nos condiciona a comparação, a nunca estar satisfeito, tanto que o padrão de felicidade é o “estar sempre alegre”, ter tudo o que sempre quis, ter dinheiro, ter muitos amigos(as), namorado(a), bom emprego, casar, ter filhos(as), etc., etc. Tudo gira em torno do “ter coisas” e nunca no “ter a si mesmo”. Somos condicionados a olhar muito pra fora e pouco pra dentro de nós mesmos, quando nos sentimos tristes somos condicionados a engolir o choro em vez de aceitar a tristeza e procurar entender de onde ela veio, e ela faz parte da vida, nega-la é como negar a vida, é antinatural!
Você não precisa “ter coisas” pra ser feliz, você precisa “ter a si mesmo”, se aceitar como ser, com tristeza e alegria, com qualidades e defeitos, isso é ser feliz!
Assim como nas sábias palavras de Osho:

"A mente vive descontente, isso é intrínseco a ela. A mente nunca pode estar satisfeita. Quando você compreende isso, um milagre acontece, então você pode deixar a mente de lado, pois ela nunca vai lhe trazer satisfação. Essa não é a natureza dela.

Se você compreender por que está insatisfeito, se não procurar desculpas lá fora, vai ver que o motivo é a maquinação da mente, e essa maquinação pode ser abandonada. É muito fácil. O importante é enxergar isso. Não acredite só porque eu digo – você precisa enxergar.

Observe-a. Olhe para o passado. Muitas vezes você achava que, se conseguisse determinada coisa, ficaria feliz, mas quando a conseguiu não ficou. As pessoas vivem caindo sempre nas mesmas armadilhas.

Por isso, observe a mente e todas as peças que ela prega em você. Para haver transformação, nada mais é necessário, apenas ficar alerta ao mecanismo da mente. E, através dessa compreensão, as coisas começam a acontecer sozinhas, sem esforço, em silêncio."

Pratique o autoconhecimento, olhe pra dentro de si mesmo, entenda-se, perdoe-se, procure analisar a influência que a família/sociedade tem sobre você e nunca se anule!

E sobre a Ana Maria Saad: é uma pessoa muito esclarecida que aprendeu muito sobre si mesma e sobre o mundo após desenvolver depressão e que compartilha seu aprendizado na ONG Pensamentos Filmados e no Blog Suicida Sobrevivente. Ela me ajudou muito e com certeza ajuda muitas outras pessoas com a preciosidade que é o trabalho que ela faz!
Seguem os links:
http://www.youtube.com/user/PensamentosFilmados

http://depressaoassassina.blogspot.com.br/

E pra encerrar, aqui vai um videoclipe de uma banda que gosto muito e que considero bastante significativo: